
Os terroristas voltaram a carga recentemente no Teatro Operacional Norte, província de Cabo Delgado, contrariando os discursos de “situação controlada”. Os ataques correram a imprensa. Isto obrigou a que o Ministro da Defesa Nacional se pronunciasse.
Na quinta-feira, Cristóvão Chume foi interpelado por jornalistas para falar sobre os últimos acontecimentos naquela província. Tendo reconhecido as investidas dos terroristas, manifestou o seu desagrado com a actual situação.
“Como Força de Defesa, não estamos satisfeitos com o estágio actual, tendo em conta que os terroristas, nos últimos dias tiveram acessos a zonas mais distantes do centro de gravidade que assinalamos [sendo] Macomia, e como puderam perceber acederam a Ancuabe, Chiúre, e destruíram habitações, bens da população, incluindo mortes” disse.
Cristóvão Chume referiu que esses avanços dos grupos terroristas obrigaram ao deslocamento de cerca de 12 mil cidadãos para zonas mais ‘seguras’.
“Não posso afirmar, não tenho números exactos sobre pessoas que se deslocaram por causa da acção do terrorismo. Mas, nos últimos dias, a acção que resultou no ataque dos terroristas, em Ancuabe e em particular em Chiúre-Velho, resultou no deslocamento de entre 11 mil a 12 mil pessoas” disse.
Aos jornalistas, o Ministro esclareceu que a actual situação não tem como razão a saída da SAMIM do país. Mas também alertou que a “paz” não é uma promessa eterna ou vitalícia em momentos de terrorismo.
“A actual situação não depende da presença ou saída da SAMIM do nosso país. Temos vindo a reconhecer de forma muito aberta e objectiva que combater o terrorismo não é uma situação em que vamos ter sempre só momentos de paz” notou.
Apelou a imprensa para não focar o apoio ao combate ao terrorismo somente ao Ruanda, pois, conforme assegurou, outros países apoio Moçambique.
“É preciso deixarmos de particularizar o apoio ao combate ao terrorismo em Moçambique sediado no apoio do Ruanda. A Tanzânia está ao longo da fronteira com Moçambique, a colaborar no combate ao terrorismo, para negar o acesso dos terroristas que vêm de fora para Moçambique a partir da fronteira com Moçambique, e também a possibilidade de os terroristas que actuam em Moçambique poderem entrar na fronteira da Tanzânia” referiu.
Fonte MozNews