
Num dia como hoje, em 14 de dezembro de 2023, João Chamusse foi brutalmente assassinado. Dois anos depois, a data reacende a memória de um dos crimes mais marcantes e chocantes do jornalismo moçambicano. Jornalista e comentador político no programa “Quarto Poder”, da TV Sucesso, Chamusse foi morto na madrugada na sua casa no distrito municipal da KaTembe, em Maputo.
Sua voz, conhecida por análises incisivas sobre o processo eleitoral e a política nacional, calou-se poucas horas depois de participar num debate televisivo, onde foi abordado temas relacionados com o processo eleitoral. A perda provocou profunda comoção, levando a sociedade civil e a classe jornalística a levantar questões urgentes sobre a segurança dos profissionais da comunicação e a exigir justiça.
A investigação avançou rapidamente. O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) deteve dois suspeitos poucos dias após o crime. Um deles, Elias Dlate, então com 24 anos, confessou o assassinato, afirmando tê-lo cometido sob efeito de álcool e usando um pau como arma. Em setembro de 2024, nove meses depois do homicídio, Dlate foi condenado a 20 anos de prisão e ao pagamento de 300 mil meticais à família da vítima.
A sentença, porém, não encerrou as interrogações. A confissão espontânea acelerou o processo judicial, mas também restringiu o aprofundamento das investigações. O advogado da família considerou a pena justa, mas manifestou descontentamento pela falta de clareza sobre os verdadeiros motivos do crime. Para a defesa, não se pode descartar a possibilidade de o crime ir além de um roubo ou ato isolado de violência, havendo ainda a necessidade de averiguar se outras pessoas estiveram envolvidas.
Dois anos após a partida de João Chamusse, sua memória permanece viva, assim como a inquietação sobre as circunstâncias que levaram ao seu assassinato e o que ele revela sobre os riscos enfrentados pelos jornalistas em Moçambique.
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