Guiné-Bissau incapaz de concluir eleições presidenciais devido a ataque armado, confirma Comissão Eleitoral

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau confirmou, esta terça-feira, que não possui condições materiais nem logísticas para concluir o processo eleitoral iniciado a 23 de novembro.

 A paralisação deve-se ao ataque de um grupo armado que invadiu os escritórios da instituição, apreendeu boletins, folhas de apuração e destruiu o servidor onde estavam armazenados os resultados.

Idrissa Djalo, alto responsável da CNE, explicou em comunicado que a invasão, ocorrida a 26 de novembro, envolveu indivíduos armados e encapuzados, ainda não identificados. “É impossível concluir o processo eleitoral sem as folhas de apuração das regiões”, afirmou, sublinhando ainda que os computadores dos 45 funcionários presentes no momento do ataque foram confiscados.

A situação agrava a pressão internacional sobre as novas autoridades militares, especialmente por parte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). O bloco regional insiste na rápida reposição da ordem constitucional e na retoma do processo eleitoral. Uma delegação de alto nível, liderada pelo presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, reuniu-se na segunda-feira, em Bissau, com líderes militares e membros da CNE.

Os escritórios da comissão eleitoral estavam entre os vários edifícios atacados durante a tomada de poder pelo exército. O major-general Horta Inta-a assumiu funções como presidente de transição a 27 de novembro, interrompendo oficialmente o processo eleitoral. No discurso de posse, justificou o golpe afirmando que pretendia travar um alegado complô de “narcotraficantes” para controlar a democracia guineense.

A CEDEAO deverá reunir-se em 14 de dezembro para avaliar a crise e ponderar a aplicação de sanções contra responsáveis pela perturbação da ordem constitucional.

A Guiné-Bissau, situada entre o Senegal e a Guiné, vive ciclos recorrentes de instabilidade desde a independência de Portugal, em 1974. Apenas um presidente conseguiu cumprir integralmente o mandato. A fragilidade institucional tem transformado o país num corredor estratégico para o tráfico internacional de cocaína, com cartéis a disputarem influência no território.

Fonte TV Sucesso 

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