Nampula torna-se o centro da procura pelo Fundo de Desenvolvimento Económico Local

A província de Nampula, no norte de Moçambique, destacou-se como o principal foco nacional de procura pelo Fundo de Desenvolvimento Económico Local (FDEL), registando 42 452 candidaturas submetidas por cidadãos, associações e pequenas empresas — um número 38 vezes superior ao orçamento provincial disponível para 2025.

Os dados foram apresentados pelo governador Eduardo Abdula durante a Sessão Ordinária do Conselho Executivo Provincial (CEP), que contou com a participação de administradores distritais, presidentes de municípios e representantes da sociedade civil, num encontro dedicado à análise do desempenho e dos desafios do fundo.

Segundo Abdula, citado pelo Jornal Ngani, o elevado número de propostas evidencia o “dinamismo e o apetite empreendedor dos nampulenses”. O governador sublinhou que o volume de candidaturas demonstra a vontade dos moçambicanos “de produzir e participar activamente na economia”.

Das 42 452 propostas, 38 724 correspondem a iniciativas individuais, 3 501 a associações e 2 027 a micro e pequenas empresas. No total, o montante solicitado ultrapassa 5,5 mil milhões de meticais, contrastando com os 143 milhões orçamentados para a província.

Criado pelo Governo para estimular o empreendedorismo e reduzir desigualdades, o FDEL é, segundo Abdula, “um instrumento de inclusão económica e coesão social”, com impacto directo sobre jovens, mulheres e pequenos produtores rurais.

“O FDEL nasce para servir todos. É um mecanismo de justiça económica que dá forma concreta à visão de um país onde o talento, o trabalho e a iniciativa individual são reconhecidos e apoiados”, afirmou o governador.

O processo de selecção das propostas contará com a participação de representantes da sociedade civil, do sector privado, da academia e das comunidades locais, como forma de garantir transparência e imparcialidade.

Apesar do entusiasmo, Abdula alertou que o principal desafio será a execução eficaz dos projectos e o cumprimento dos reembolsos, aspectos determinantes para a sustentabilidade do fundo.

“O sucesso do FDEL dependerá da capacidade de transformar os projectos aprovados em resultados tangíveis — mais empregos, mais rendimento e maior confiança nas comunidades”, concluiu, reforçando que o fundo deve ser visto como um compromisso nacional com o desenvolvimento sustentável e a redução das assimetrias regionais.


Fonte MozNews 

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