A governadora da província de Manica, Francisca Tomás, manteveo um encontro tenso com os Serviços Provinciais de Saúde, após novas denúncias de alegada venda de vagas envolvendo funcionários do Departamento de Recursos Humanos.
Num ambiente descrito como uma autêntica “caça ao corrupto”, a governadora questionou diretamente os responsáveis, referindo relatos de vagas supostamente vendidas por 200 mil meticais, emissão irregular de guias de marcha e instruções para que candidatos se apresentassem nos distritos “como se já estivessem contratados”.
“O que está a acontecer com os recursos humanos? Têm coragem de fazer guias de marcha e mandar um concorrente apresentar-se como se já estivesse a trabalhar. Isto tem de acabar”, afirmou.
“Se não quiserem denunciar quem está a fazer isto, vocês todos vão sair.”
Segundo Francisca Tomás, o governo está também a identificar casos de pessoas que receberam guias de marcha, mas não constam no sistema salarial, indício de possíveis colocações irregulares.
Chamado a pronunciar-se, Francisco Amadeu Costa, técnico do Departamento de Recursos Humanos, negou conhecimento direto do esquema, embora reconheça que o setor é frequentemente associado ao problema.
“Oiço dizer que se vendem vagas, mas não sei onde, nem a quem. Não quero afirmar que não haja venda de vagas, mas não é o Departamento de Recursos Humanos que as vende”, disse, justificando que “há coisas que passam e não vemos”.
A governadora destacou ainda situações em que candidatos melhor classificados não são admitidos, enquanto outros em posições inferiores aparecem como selecionados.
“Como é que o número 1, 2 ou 3 não entra, mas o número 20 é que vai trabalhar? A população reclama e vocês ficam calados?”
Francisca Tomás garantiu que denúncias já estão a ser recebidas e serão encaminhadas às entidades de combate à corrupção.
“Vamos canalizar o assunto ao combate à corrupção. Onde houve problemas, será possível identificar quem estava na rede.”
Fonte Hora da Verdade.
