LMF necessita de 100 milhões de meticais para viabilizar resto do Moçambola

 A Liga Moçambicana de Futebol não pagou os valores das passagens, e a empresa Linhas Aéreas de Moçambique fechou as portas.

A Liga Moçambicana de Futebol precisa de 100 milhões de meticais para garantir a continuidade do Moçambola 2025, nomeadamente para o transporte aéreo.

 Nesta terça-feira, a LMF apresentou as suas dificuldades ao ministro da Juventude e Desporto, que garantiu apoio para o prosseguimento da prova.

O Moçambola disputou as primeiras cinco jornadas quase sem sobressaltos, ainda que os jogos fossem adiados para datas próximas, devido à logística da empresa Linhas Aéreas de Moçambique em disponibilizar lugares nos seus aviões, mas todos foram realizados.

Os problemas surgem à entrada da sexta jornada, quando a companhia aérea de bandeira nacional suspender as passagens aos clubes do Moçambola, devido ao não pagamento dos valores dos bilhetes.

Do orçamento inicial de perto de 180 milhões de meticais para viabilizar a prova, 64,7% era destinado ao transporte aéreo, ou seja, pouco mais de 116 milhões de meticais, um valor que aumentou em relação aos anos anteriores, mesmo devido à retirada da bonificação à metade da passagem de cada membro das delegações.

A Liga Moçambicana de Futebol não pagou os valores das passagens, e a empresa Linhas Aéreas de Moçambique fechou as portas.

O Moçambola parou e agora se buscam soluções para que seja retomado e chegue ao fim. A principal dificuldade da Liga Moçambicana de Futebol é o orçamento para o transporte aéreo, segundo disse Alberto Simango Jr., presidente do organismo que gere o Moçambola.

“Em termos orçamentais, o que nós estamos a precisar, neste momento, é de qualquer coisa como 100 milhões de meticais para pagar as passagens, é isso que nós precisamos, porque da época passada para esta, houve um incremento de 100% do custo da passagem, portanto, é isso que está a nos trazer algum custo”, disse Simango.

O facto é que a bonificação que era feita pelas Linhas Aéreas de Moçambique deixou de existir, o que dificulta qualquer acção orçamental da Liga Moçambicana de Futebol, de acordo com Alberto Simango Jr.

“No ano passado, nós viajávamos com cerca de 21 mil meticais por cada passageiro, ou cada atleta, e desta vez são 42 mil”, explicou, garantindo entender as razões que levaram a LAM a exigir o pagamento de 100% da passagem aérea.

“Nós entendemos as razões que a empresa tem, naturalmente, mas não cabe a nós decidirmos. Com este incremento, que é justificável, segundo eles, temos algumas dificuldades, mas o orçamento é esse mesmo, são 100 milhões de meticais”, clarificou.

MOÇAMBOLA SEM DATA PARA RETOMA

Com este défice orçamental de 100 milhões de meticais, Alberto Simango Jr. não sabe quando o Moçambola vai retomar, até porque ainda não há solução para o problema.

Assim, a direcção da Liga Moçambicana de Futebol está à espera da possível solução governamental, por isso pode não haver Moçambola nesta semana.

“Antes é difícil dizer se teremos ou não teremos, mas o importante é que ficou claro com as declarações de Sua Excelência, Ministro da Juventude e Desporto, que o governo vai intervir e Moçambola vai continuar a existir. 

Portanto, se será esta semana ou não, esperemos para ver”, destacando haver ainda tempo para decisões, até porque “hoje ainda é terça-feira”.

Simango diz mesmo que se dependesse de razões meramente desportivas, “podia dizer que sim”, mas remata que há questões que não dependem de si. “Vamos acompanhar o que o Governo é capaz de fazer nas próximas horas, nos próximos tempos, e aí diremos quando é que nós retomamos.”

O Moçambola disputou apenas um jogo da sexta jornada do Moçambola, com o Baía de Pemba a vencer o Ferroviário de Nampula por duas bolas sem resposta.

CAIFADINE MANASSE NÃO TEM VARINHA MÁGICA PARA CRISE DA LMF

O ministro da Juventude e Desporto, Caifadine Manasse, ouviu as preocupações da Liga Moçambicana de Futebol mas não tem a varinha mágica para os problemas do Moçambola.

Manasse prometeu apenas que vai fazer contactos e trabalhar com outros segmentos para garantir o retorno da prova.

“Isto é algo que tem a ver com transportes. Neste caso, o que vamos fazer como governo é trabalhar com os nossos colegas que estão nesta área”, garantiu, reconhecendo os desafios que as LInhas Aéreas de Moçambique têm pela frente, num momento do processo de reestruturação muito séria para adequá-la àquilo que são as exigências.

“Nós, como o Ministério da Juventude e Desporto, estamos a trabalhar afincadamente para encontrar soluções para a área de desporto para os próximos tempos”, prometeu Manasse.

Aliás, o ministro da Juventude e Desporto prometeu que a imprensa será a primeira a saber das soluções que serão encontradas, afinal os media “sempre sabe das coisas até antes de acontecerem”, por isso “o que vamos fazer é trabalhar para que a mídia saiba quais são os passos que vamos seguir, como governo”.

Sem solução à vista, o Moçambola continua parado, num ano atípico em que iniciou tarde e deve encerrar até Novembro, para dar lugar à preparação dos Mambas que em Dezembro vai disputar o CAN 2025, em Marrocos.

Fonte O País 

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