À medida que as águas vão baixando, as equipas de busca, que trabalham 24 horas sem cessar, têm acesso às zonas mais críticas.
Lorena Guillen, proprietária de um restaurante local, descreve a noite de 3 de Julho como marcada por um vento surpreendente e desastroso.
“Muitos dos meus clientes que estiveram cá no dia 3 de Julho estão desaparecidos. Ouvia os gritos, porque não se via nada, estava escuro, mas ouvia-se o clamor das pessoas, crianças a gritar e a pedir ajuda, carros a flutuar com as luzes acesas. Viam-se as luzes e ouviam-se buzinas”, contou Lorena.
A família de Regan Brown perdeu quase tudo e agora procura recuperar o pouco que sobrou para seguir com um futuro incerto.
“Estamos a tentar ajudar os nossos vizinhos aqui e começar a retirar as coisas à medida que podemos, salvar o que for possível, num esforço geral de limpeza”, contou.
As últimas informações das autoridades locais apontam para a subida do número de vítimas mortais: de sábado para domingo o total saltou de 43 para 82. O governador do Texas, Greg Abbott, diz que o número pode vir a aumentar.
“A última actualização é que continuamos com o resgate e a recuperação. E digo isto porque nunca desistimos de procurar alguém. Já tivemos tempestades no passado em que as pessoas desceram o rio 16, 24 quilómetros e foram encontradas mais tarde, vivas. As horas, claro, estão a alongar-se agora, mas não desistimos disso.”, garantiu o governador.
Na missa deste domingo, o Papa Leão rezou pelas vítimas. “Gostaria de expressar as minhas sinceras condolências a todas as famílias que perderam entes queridos, em particular às suas filhas, que se encontravam num campo de férias durante o desastre causado pela inundação do rio Guadalupe, no Texas, Estados Unidos. Rezamos por elas”.
As autoridades apontam que mais de 20 pessoas continuam desaparecidas.