Segundo relatos de moradores, os distúrbios tiveram início na segunda-feira, durante as cerimônias fúnebres de Nguluzane, onde a falecida líder era bastante respeitada.
Os filhos da vítima acusaram uma residente da comunidade, de uma família influente, de ter envolvimento em feitiçaria e de ter ameaçado a líder antes de sua morte, com palavras enigmáticas como: “Havemos de ver!”.
As acusações foram feitas na presença de dirigentes distritais, causando grande comoção na comunidade.
Testemunhas relataram fenômenos considerados estranhos durante o funeral, incluindo sons semelhantes aos de “pássaros da noite” e o voo de morcegos sobre a multidão reunida no quintal da falecida, alimentando ainda mais os rumores de práticas ocultas.
Na terça-feira, autoridades governamentais realizaram reuniões com líderes locais de Xai-Xai Sede, Patrice Lumumba, líderes tradicionais e o comandante distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), na tentativa de acalmar os ânimos e conter a crescente tensão em Nguluzane.
Apesar do esforço para diálogo, ao chegarem à comunidade, a população recusou-se a conversar e, em sinal de revolta, incendiou a viatura Coaster que transportava a delegação. Os ocupantes tiveram que fugir às pressas, e até o momento, por volta das 2h desta quinta-feira, seu paradeiro permanece desconhecido.
Este episódio reflete a forte tensão e as tensões sociais que permeiam a comunidade após o funeral, levantando questões sobre o clima de desconfiança e os conflitos tradicionais que ainda persistem na região.
Reportagem de Emídio da Conceição e Paulo Mungoi.
Fonte TVSucessoDoPovo