Em uma carta aberta endereçada ao Presidente da República, Daniel Chapo, à União Europeia, às Nações Unidas, à Embaixada da Suíça e à Sociedade Civil, um grupo de desmobilizados do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) exige a devolução de bens e benefícios que consideram devidos. A comunicação ressalta a insatisfação com os valores recebidos e a falta de material prometido.
Os desmobilizados afirmam que, no dia da desmobilização, foi acordado um pagamento de 250 mil Meticais em cheque, mas ao invés disso, receberam apenas 1.500 Meticais em espécie.
Que reintegração é esta de 1.500 Meticais?", questionam. Além disso, eles destacam que deveriam ter recebido um montante mensal de 200 mil Meticais durante um ano, totalizando 2,4 milhões de Meticais, o que, somado ao valor inicial, resultaria em 2,65 milhões de Meticais.
Onde está este valor, que já foi canalizado pela União Europeia para Moçambique?", indagam os desmobilizados.
A carta também critica a qualidade dos kits recebidos nos centros de desmobilização, afirmando que os itens estavam incompletos, com apenas 25% do que deveria ter sido entregue.
Onde foram os 75% restantes?", questionam. Além disso, mencionam que materiais de construção prometidos, como chapas de zinco, não chegaram aos beneficiários, sendo retidos por diretores distritais nas áreas de reintegração.
O grupo termina a missiva com um aviso: “Caso não haja uma resposta satisfatória, tomaremos as medidas necessárias para reivindicar os nossos direitos”.
A situação levanta preocupações sobre a efetividade do DDR e a reintegração dos ex-combatentes na sociedade.