
O cenário político nacional regista mais uma movimentação significativa com a saída de Mano Mulatinho, antigo ordenador-geral do partido Anamola ao nível da África do Sul, que anunciou a sua desvinculação daquela formação política para se filiar ao partido Nova Democracia.
A decisão surge num contexto marcado por sucessivas deserções de membros do Anamola em várias regiões do país, facto que tem alimentado debates e controvérsias no seio da opinião pública. Em momentos anteriores, a liderança do Anamola havia desmentido informações sobre abandonos registados em distritos da província de Cabo Delgado, alegando que os visados não eram membros formais do partido.
Situação semelhante ocorreu quando surgiram relatos de saídas em massa nas províncias de Nampula, Zambézia, Inhambane e Gaza, casos em que o partido exigiu provas documentais e registos fotográficos para confirmar tais alegações.
Com a confirmação da saída de um antigo dirigente com responsabilidades ao nível internacional, multiplicam-se as interrogações sobre a estabilidade interna do Anamola, um partido com menos de seis meses de existência, mas já confrontado com alegações de perda significativa de quadros.
Analistas políticos consideram que estas movimentações podem indicar um processo de recomposição do espaço político, levantando igualmente a questão sobre o destino dos membros que têm optado por abandonar o Anamola e as formações políticas que poderão absorver esse capital humano e político.