Tribunal de Bangladesh condena Sheikh Hasina e sobrinha por corrupção

O Tribunal Especial de Dhaka condenou, esta segunda-feira, a ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, a cinco anos de prisão, e a sua sobrinha, Tulip Siddiq, deputada britânica do Partido Trabalhista, a dois anos de prisão, por envolvimento num esquema de corrupção relacionado com um projeto governamental de concessão de terrenos.

O juiz Rabiul Alam afirmou que Hasina abusou do poder enquanto chefiava o governo, ao passo que Siddiq foi considerada culpada por influenciar a tia com o objetivo de beneficiar a sua mãe e dois irmãos no acesso privilegiado ao terreno. A mãe de Siddiq, Sheikh Rehana, identificada como a principal responsável no caso, recebeu uma pena de sete anos de prisão.

O procurador Khan Mohammed Mainul Hasan, do órgão anticorrupção, declarou que a acusação havia pedido prisão perpétua para os principais arguidos. “Esperávamos penas mais severas, mas isso não aconteceu. Aguardamos instruções da comissão para definir os próximos passos”, afirmou.

As autoridades julgaram Tulip Siddiq como cidadã de Bangladesh, alegando deter documentação que comprovaria essa condição, incluindo passaporte e número de contribuinte. Siddiq rejeitou a alegação, insistindo ser exclusivamente cidadã britânica.

Em janeiro, sob pressão política devido aos laços familiares, Siddiq renunciou ao cargo de ministra no governo de Keir Starmer, apesar de afirmar inocência. A deputada justificou a saída referindo que o caso se tornara “uma distração para o trabalho do governo”.

Sheikh Hasina, que vive exilada na Índia, já havia sido condenada à morte em novembro por crimes contra a humanidade relacionados à repressão do levante popular que pôs fim aos seus 15 anos de governo. Todos os seus julgamentos têm ocorrido à revelia.

Nenhum dos acusados nomeou defesa para este processo. Rehana e os dois filhos de Siddiq também se encontram no estrangeiro, enfrentando outras acusações relacionadas com a revolta do ano passado.

Num caso paralelo envolvendo o mesmo projeto urbanístico, outro tribunal condenou Hasina, a 27 de novembro, a 21 anos de prisão. Os seus dois filhos receberam penas de cinco anos cada.

O país encontra-se atualmente sob um governo interino liderado pelo Nobel da Paz Muhammad Yunus, que anunciou eleições parlamentares para fevereiro

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