RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL — A HISTÓRIA DE UNAY LEVANTA ALERTA SOBRE SOLIDARIEDADE DIGITAL

Em mais um episódio que expõe a distância entre a popularidade digital e o apoio real, o caso de Unay — também conhecido como Wilson — volta a gerar debate público sobre responsabilidade, solidariedade e a fragilidade das relações construídas nas redes sociais.

Durante anos, Unay destacou-se nas plataformas digitais, onde inúmeras figuras públicas, partidos da oposição e rostos conhecidos da sociedade civil beneficiaram da visibilidade que a sua página proporcionava. Muitos foram defendidos e apoiados pelo jovem blogger, que se tornou referência entre milhares de seguidores.

Contudo, no momento em que a família lançou uma campanha para reunir os 300 mil meticais necessários para apoiar o jovem, agora em situação delicada e com necessidades de cuidados de saúde, o silêncio apoderou-se daqueles que antes celebravam o seu trabalho. Apesar de demonstrarem recursos em várias ocasiões, nenhum dos antigos beneficiados se mobilizou para ajudar.

A ausência de resposta levanta questões: será que não concordavam com o estilo das suas publicações? Teriam reconhecido exageros cometidos? Ou simplesmente preferiram distanciar-se agora que o caso envolve responsabilidade concreta? As respostas continuam incertas.

Mesmo quem nunca concordou com a forma emotiva e, por vezes, precipitada com que Unay publicava denúncias — algumas sem verificação — reconhece hoje que a questão ultrapassa divergências editoriais. Trata-se de humanidade. Jovem, fragilizado e com a vida interrompida, é visto por muitos como alguém que já viveu o suficiente para reflectir e arrepender-se dos erros cometidos.

A confusão sobre a sua identidade nas redes sociais mantém-se: enquanto alguns duvidam de que o jovem detido seja o verdadeiro Unay, a página original deixou de funcionar após a sua prisão. Outras contas — como “Unay 7 Vidas” — surgiram para o tentar substituir, quase todas criadas na mesma semana da detenção.

Apesar de uma audiência superior a 400 mil seguidores e um alcance que ultrapassou os 10 milhões de utilizadores, a campanha de apoio recolheu apenas 46 mil meticais, segundo a ativista Quitéria, uma semana após o início da iniciativa e a apenas três dias do fim do prazo da caução. Um contraste gritante entre presença digital e apoio real.

Este episódio serve de lição para todos os criadores de conteúdo e administradores de páginas: likes não pagam contas, não salvam vidas e não garantem solidariedade. No momento crítico, permanecem apenas a família e aqueles que verdadeiramente cuidam.

Hoje:
– Os partidos políticos mantêm o silêncio.
– Os seguidores calaram a voz e taparam os ouvidos.
– Apenas a família continua presente, firme e incansável.

A verdade impõe-se: no fim, a responsabilidade é individual.

Fonte Hora da Verdade 

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