
O Reino dos Países Baixos está a financiar, com 25 milhões de euros através do programa Moz Water, a Ara-Centro, no âmbito de um projeto destinado à restauração de rios degradados pela mineração ilegal na província de Manica, centro de Moçambique.
Uma delegação daquele país visitou recentemente a região, composta pela vice-ministra para a Cooperação Internacional, Pascalle Grotenhuis, e pela embaixadora dos Países Baixos em Moçambique. Durante a visita, a equipa deslocou-se à área agrícola adjacente ao rio Révue, um dos mais afetados pela atividade mineira ilícita. No local, foram informados de que a contaminação do rio afetou cerca de 30% da produção agrícola.
Segundo os produtores locais, a água deixou de ser apropriada para fins agrícolas, e a produção caiu aproximadamente 30%, com impactos significativos nos rendimentos das famílias e nos negócios locais. A ausência de água de qualidade também levou ao abandono de áreas produtivas.
O diretor da Divisão da Gestão da Bacia do Buzi-Ara Centro, Salvador Momela, explicou que já decorre um trabalho de monitorização das minas ilegais e de recuperação gradual das áreas degradadas. Acrescentou ainda que várias empresas mineiras foram encerradas e que outras estão sob observação devido a práticas inadequadas.
A chefe da diplomacia neerlandesa, Eslien Akkerman, mostrou-se otimista quanto aos avanços esperados nos próximos meses, destacando a importância do trabalho conjunto entre o governo moçambicano, parceiros internacionais e a população local. A delegação recolheu também amostras de água para avaliar o nível de contaminação e definir novas ações de mitigação.
O reforço do apoio abrange ainda estudos detalhados sobre a qualidade da água dos rios Révue e Chimoio, bem como iniciativas de recuperação ambiental.