
Um cidadão de 41 anos, António Manuel, residente no bairro de Benfica, em Luanda, viu-se obrigado a vender a casa onde estava a viver de aluguer para conseguir pagar dívidas contraídas com a realização do seu casamento, celebrado em fevereiro de 2025.
Segundo o próprio, na altura não dispunha de meios financeiros suficientes para suportar as despesas da cerimónia e acabou por recorrer a empréstimos informais junto de agiotas, que aplicavam juros elevados. Com o passar dos meses, o valor da dívida cresceu de forma significativa, tornando a pressão dos credores cada vez mais difícil de suportar.
António Manuel conta que a decisão de endividar-se não foi totalmente voluntária. De acordo com o seu relato, houve insistência da então noiva, que o pressionou a formalizar o casamento dentro de um prazo específico, sob ameaça de terminar a relação.
Sem alternativas para regularizar a situação e temendo represálias dos credores, o cidadão decidiu vender a casa onde se encontrava a viver de aluguer, usando o valor obtido para liquidar as dívidas acumuladas. Ainda assim, afirma que as consequências não se limitaram ao prejuízo financeiro.
O homem revela que, após o casamento, a relação conjugal entrou em crise. Segundo ele, a esposa demonstra pouco interesse pelas dificuldades económicas enfrentadas e passou a desconfiar do seu comportamento, o que tem provocado discussões frequentes.
Abalado, António Manuel afirma que perdeu a estabilidade financeira e emocional e lamenta ter assumido compromissos acima das suas possibilidades por causa de um casamento que, segundo diz, já enfrenta sérios sinais de desgaste.