
Pelo menos 16 pessoas perderam a vida em consequência de raios durante a época das chuvas na província da Zambézia, em Moçambique. As autoridades locais apelam à prevenção e alertam para os perigos da desinformação associada a fenómenos naturais.
O balanço da tragédia
De acordo com os dados avançados pelo Comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, ouvido pelo Jornal Notícias, Marinho Muchanga, durante o primeiro Conselho Provincial de Coordenação em Quelimane, foram registados 14 casos de descargas atmosféricas entre os meses de novembro e dezembro.
O balanço é trágico: 16 mortos e três feridos. Entre as vítimas mortais figuram cinco menores e uma mulher grávida. Os incidentes concentraram-se maioritariamente nos distritos de:
• Quelimane
• Nicoadala
• Namacurra
• Maganja da Costa
Para além das descargas elétricas, a região tem sido fustigada por chuvas intensas e ventos fortes, típicos da presente época ciclónica. Estes fenómenos meteorológicos extremos têm causado danos materiais consideráveis, como ilustram as habitações destruídas nas zonas afetadas.
Apelo à sensibilização e segurança pública
As autoridades sublinham a urgência de uma reflexão conjunta e da implementação de medidas preventivas. Um dos maiores desafios apontados pelo Comandante Muchanga é o combate ao estigma social: em muitas comunidades, estas mortes naturais são erradamente atribuídas a práticas de “feitiçaria”.
“Estes casos resultam muitas vezes em acusações de feitiçaria que podem levar à desordem pública e ao incitamento à violência,” alertou a autoridade policial.
Para garantir a ordem, a Polícia, em coordenação com as forças de defesa e segurança, reforçou a sua presença em locais estratégicos e vulneráveis. Estão também a ser planeadas campanhas de sensibilização para informar a população sobre como se proteger durante as trovoadas e desmistificar as causas destes fenómenos naturais.