A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) classificou as eleições gerais de 2025 na Tanzânia como “fraudulentas, violentas e contrárias aos princípios democráticos” da organização regional. A avaliação consta do relatório preliminar da Missão de Observação Eleitoral (SEOM), divulgado esta segunda-feira.
O documento descreve um clima de intimidação, repressão e falta de transparência, sublinhando que não existiram condições para um voto livre e justo.
Entre as irregularidades mais graves, a SADC aponta sequestros e detenções de líderes da oposição, como Tundu Lissu (CHADEMA) e Luhaga Mpina (ACT-Wazalendo). O relatório também destaca a desqualificação de candidatos opositores e a falta de independência da Comissão Eleitoral, fatores que criaram um terreno político desequilibrado.
Outro ponto crítico foi o bloqueio da internet no dia da votação, que dificultou a comunicação e a recolha de informações sobre o processo eleitoral. Observadores relataram ainda assédio por parte das forças de segurança, incluindo interrogatórios, apreensão temporária de passaportes e ordens para eliminar registos fotográficos em algumas regiões.
A missão denuncia igualmente censura nos meios de comunicação, baixa participação eleitoral e práticas suspeitas de votação, como urnas com boletins empilhados. O relatório chama atenção para a marginalização de mulheres e jovens, a exclusão de organizações da sociedade civil e a presença excessiva da polícia em diversas assembleias de voto.
A SADC considera que as restrições constitucionais que impedem candidaturas independentes e a ausência de observadores nacionais reforçam a falta de transparência e pluralismo político.
“Os eleitores tanzanianos não puderam exercer plenamente o seu direito democrático de escolha. As eleições de 2025 não cumpriram os Princípios e Diretrizes da SADC para Eleições Democráticas”, conclui o relatório.
Fonte Livenews48
