O Parlamento Europeu aprovou, a 27 de novembro de 2025, uma resolução condenando severamente a vaga de violência, repressão e violações graves dos direitos humanos registadas na Tanzânia após as eleições de 29 de outubro de 2025.
A resolução destaca, em particular, o caso de Tundu Lissu, líder da oposição, detido sob acusações consideradas politicamente motivadas.
Segundo o Parlamento Europeu, as eleições foram marcadas por sérias irregularidades e fortemente criticadas por missões africanas de observação, incluindo da União Africana e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Bruxelas lamenta ainda não ter sido convidada a enviar uma missão europeia de observação eleitoral.
Após a votação, o país assistiu a protestos generalizados e a uma repressão descrita como excessivamente violenta, envolvendo detenções em massa, feridos e vítimas mortais. As autoridades tanzanianas impuseram também um recolher obrigatório e bloquearam o acesso à Internet e a meios de comunicação social, numa tentativa de limitar o fluxo de informação.
A resolução alerta que vários líderes da oposição, incluindo Tundu Lissu e Luhaga Mpina, foram impedidos de concorrer às eleições. Lissu continua detido desde 9 de abril de 2025, acusado de traição — uma infração punível com pena de morte — e sujeito a condições que colocam a sua vida em risco.
Outros opositores e críticos do governo foram igualmente detidos, perseguidos ou desapareceram, como é o caso de Humphrey Polepole, segundo denúncias de organizações de direitos humanos.
O Parlamento Europeu adverte que a deterioração acelerada da situação dos direitos humanos e a redução do espaço cívico no país violam os valores fundamentais da União Europeia e os princípios internacionais de direitos humanos

