
Uma investigação sul-coreana publicada no The Journal of Nutrition alerta para os riscos associados ao consumo regular de macarrão instantâneo, popularmente conhecido como “miojo”, cujas vendas somam milhares de milhões de porções por ano em todo o mundo.
O estudo acompanhou, ao longo de vários anos, mais de 10.000 adultos e concluiu que ingerir macarrão instantâneo duas ou mais vezes por semana aumenta em 68% a probabilidade de desenvolver síndrome metabólica — condição caracterizada por hipertensão, glicemia elevada, gordura abdominal excessiva e alterações no colesterol, fatores que elevam o risco de enfarte, AVC e diabetes tipo 2.
Os investigadores explicam que o alimento, por ser pré-cozido e frito, apresenta maiores quantidades de gorduras saturadas e trans, conhecidas por aumentar o LDL (“mau colesterol”). O sachê de tempero, por sua vez, contém frequentemente níveis muito elevados de sódio, podendo ultrapassar metade do limite diário recomendado. Além disso, o produto é pobre em fibras, vitaminas e minerais.
Outra preocupação levantada é o uso de embalagens de esferovite, que podem libertar Bisfenol A (BPA) quando aquecidas — substância apontada como desregulador endócrino e, em alguns estudos, associada a problemas metabólicos e cardíacos.
O aumento do risco foi particularmente expressivo entre mulheres, hipótese que os autores relacionam a diferenças hormonais e metabólicas ou a padrões alimentares distintos.
Apesar das conclusões, os especialistas defendem que o consumo ocasional, como uma ou duas vezes por mês, não representa risco significativo. Para reduzir eventuais danos, recomendam substituir o sachê de tempero por um caldo caseiro com ervas, especiarias, alho e cebola, além de acrescentar legumes frescos e proteína magra, como frango desfiado ou ovo cozido.
A mensagem principal é clara: a conveniência do macarrão instantâneo pode esconder custos para a saúde a longo prazo, devendo o produto ser consumido com moderação, e não como parte rotineira da alimentação.
Fonte Solange Ferreira Silva