
O Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, afirmou esta quarta-feira, em Maputo, que o país precisa acelerar o investimento voltado para a autonomia interna na produção de equipamento militar. Segundo explicou, o objectivo é garantir capacidade nacional para fabricar e reparar diversos meios usados pelas Forças de Defesa e Segurança.
Chume referiu que o avanço dessa estratégia passa pela criação de unidades capazes de responder a várias necessidades do sector. “Temos de ter empresas que reparam armamentos, temos de fabricar armamentos, temos de fabricar drones, temos de fabricar soluções e CCTV, temos de fabricar equipamentos de protecção individual de tropas, temos de produzir internamente comida”, mencionou.
Para o governante, apostar na indústria nacional também ajudará a afastar intermediários que actuam sem pleno domínio das exigências actuais da indústria militar mundial. A este respeito, observou que uma transformação interna poderá contribuir para eliminar “lobistas” que procuram influenciar o abastecimento do país sem conhecerem as reais necessidades.
“Esta oportunidade vai reduzir o assédio que existe por parte de vários lobistas que, muitas das vezes, sem conhecimento profundo das soluções de defesa que estão a ser construídas no mundo, possam encontrar aqui também uma oportunidade”, notou.
O Ministro falava após a sessão de abertura do primeiro Fórum da Indústria de Defesa Moçambique–Turquia, onde reconheceu que a base produtiva nacional ainda é frágil. “Sabem que as soluções de produtos de defesa são extremamente caras. São soluções que, muitas das vezes, têm a ver com a soberania dos estados”, destacou, acrescentando que a predisposição de cooperação apresentada pelo Governo turco surge no momento certo.
Durante o mesmo evento, o Secretário da Indústria de Defesa da Turquia, Haluk Görgü, garantiu que os dois países já iniciaram os primeiros passos para uma colaboração tecnológica no domínio da defesa.