
Maputo, 9 de Outubro de 2025 — Assinala-se hoje um ano desde a realização das sétimas eleições presidenciais e legislativas de Moçambique, bem como das quartas eleições para as assembleias provinciais e dos governadores de província.
O processo eleitoral culminou com a proclamação, a 23 de Dezembro de 2024, de Daniel Chapo, candidato da FRELIMO, como vencedor das eleições presidenciais, com 65,17% dos votos, segundo o Conselho Constitucional (CC). A decisão foi tomada após mais de dois meses e meio de intensas contestações e protestos em várias províncias do país, que resultaram na morte de 130 pessoas.
De acordo com o acórdão do CC, Venâncio Mondlane, apoiado pelo PODEMOS, obteve 24,19%, classificando-se em segundo lugar, enquanto Ossufo Momade, da RENAMO, alcançou 6,62%. Já o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, somou 4,02% dos votos.
A divulgação dos resultados provocou uma nova vaga de protestos, com graves consequências humanas e materiais, levando à destruição de propriedades públicas e privadas e expondo profundas tensões sociopolíticas no país.
A crise apenas começou a estabilizar com o início do diálogo político, que evoluiu para o atual Diálogo Nacional Inclusivo, um processo que tem como objetivo refundar o Estado moçambicano e promover a reconciliação nacional.