O “ TRAIDOR” CHAMADO ALBINO MANGUENE

Tenho acompanhado com muita atenção e também com tristeza o que está a acontecer nas redes sociais em torno do Albino Manguene. São ataques, ofensas e palavras duras que se multiplicam a cada dia. Tudo porque o homem decidiu aceitar o convite para participar no diálogo e auscultação pública. SIM, isso mesmo o motivo é apenas esse mesmo,

O que começou como um pequeno ataque isolado, feito por alguém que provavelmente nem entendeu bem o contexto, rapidamente ganhou força. Espalhou-se entre várias páginas, blogues e perfis pessoais, transformando-se numa espécie de campanha de difamação. Muitos desses blogues, na “GULA” de ganhar mais seguidores ou simpatia de um grupo político, tornaram-se propagandistas, prontos a dizer o que o público quer ouvir, mesmo sem base ou reflexão.

O alvo agora é Albino Manguene. Mas, no fundo, o que está em jogo não é apenas a sua imagem — é o estado das nossas consciências. Estamos a assistir a um cenário preocupante, onde as pessoas deixaram de pensar por si mesmas, e passaram a reagir de forma automática a tudo o que veem publicado.

Criticar alguém só porque participou num diálogo nacional não é sinal de consciência política. É sinal de manipulação. E o mais grave é que muitos o fazem de uma forma totalmente contrária daquilo que defendem  ou lutavam para ter “ DEMOCRACIA OU A LIBERDADE DE ESCOLHA “.

Chamam Albino de traidor só porque se sentou à mesa do diálogo a mesma mesa que, em algum momento, queriam  ver o seu líder Venâncio Mondlane também sentado. QUANTA DESCORDANCIA🤔

E vai aparecer alguma sem argumento é começaram a lançar comentários de insultos contra mim” Azarias é isso é aquilo, este é outro ponto que vejo com tristeza, suas defesas e tese e mais insultos que discurso. PASAPENA

LEMBRE-SE: quem não chamou ou rejeitou Venâncio não foi Albino, foi o Governo. Albino é apenas um dos convidados a contribuir com as suas ideias, a partilhar a sua visão sobre o país. E essa visão não é nova nós já a conhecemos. Pelos seus discursos, pelas suas intervenções públicas, pelas causas que sempre defendeu, Albino Manguene tem sido coerente. Nunca o vimos usar o microfone para atacar o povo, nem para fazer discursos que sufocam ou dividem. Um tipo que sempre foi responsável e mais, mesmo sendo pastor soube colocar a política na política e igreja na igreja.

Alguém já viu ou viu Albino a insultar o Venâncio? Já o viu a contradizer aquilo que sempre defendeu? Se alguém tiver provas disso, peço que as apresente. Caso contrário, o mínimo que devíamos fazer era respeitar a sua escolha e reconhecer o direito que ele tem de contribuir para o diálogo.

O Venâncio é pastor. O Albino também é. Ambos são líderes com discursos semelhantes falam de esperança, justiça e mudança. Então, o que é que o Albino defende que vá contra o Venâncio? Onde está o crime em querer participar numa conversa nacional, se o objetivo é o mesmo o bem do país e do povo moçambicano?

Mesmo depois de ter sido rejeitado, Venâncio Mondlane não desistiu. Continua com o seu diálogo paralelo, com a sua luta e com as suas iniciativas. Por isso, em vez de perder tempo a atacar Albino, seria mais útil divulgar e apoiar o trabalho da pessoas que vocês dizem apoiar.

A página “Hora da Verdade”, por exemplo, tem feito esse trabalho voluntariamente cobrindo eventos, partilhando informações, dando visibilidade às atividades da Anamola e outros partidos. Mas muitos que se dizem “seguidores” ou “apoiantes” daquele partido, quando visitamos os seus perfis, não encontramos uma única publicação, live ou partilha dos eventos de Venâncio. E, no entanto, gastam tempo e energia a chamar alguém de traidor, só porque decidiu contribuir num espaço de diálogo nacional. 

O problema é mais profundo. Vivemos num tempo em que as redes sociais substituíram o pensamento. As pessoas já não procuram entender, apenas reagem. Partilham sem ler, comentam sem analisar, insultam sem saber o porquê. A pressa de ser o primeiro a falar tornou-se mais importante do que a verdade.

Mas se queremos realmente mudar o país, precisamos começar por mudar a nossa forma de pensar. Ser jovem não é apenas ter idade é ter lucidez, ter coragem de questionar e não se deixar arrastar por qualquer barulho das redes.

Por isso, deixo este apelo: sejamos jovens com opinião própria, com capacidade de análise e discernimento. Antes de atacar alguém, procure entender o contexto. Antes de comentar, reflita. Antes de partilhar, confirme.

O país precisa de cidadãos que pensam, não de seguidores cegos, que facilmente são recrutadas para promover ódio.

Porque, no fim, não é o Albino Manguene que sai derrotado com esses ataques, é a nossa própria consciência.


HORA DA VERDADE

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