Após as revelações da mãe, a filha de dona Saulina afirmou que já chegou a sentar-se com ela para tentar perceber o motivo de as suas vidas não prosperarem. Segundo contou, a mãe realizava rituais para que ela pudesse dar a luz e, sem esses rituais, não conseguia dar parto, tendo inclusive perdido um filho.
A filha revelou ainda que, pela primeira vez, a mãe lhe contou que, no passado, os seus próprios pais lhe haviam dado uma pequena casa espiritual, onde ela devia oferecer comida aos espíritos. Disse também que, quando a mãe jura que os filhos não farão algo, o desejo cumpre-se.
Acrescentou que os avós maternos lhe transmitiram essa “força de feitiçaria”, em Inhambane, e que foi “vacinada” quando criança, sem o saber.
Dona Saulina confirmou que, de facto, os pais possuíam uma palhota onde ela servia os espíritos. Contou ainda que, ao crescer, deixou de o fazer, o que desagradou ao pai, que se encontrava na África do Sul.
Este chegou a escrever-lhe uma carta a proibir a sua ida ao lar. No entanto, quando ela desobedeceu e foi ao local, sofreu um acidente, tendo depois fugido para viver em Maputo.
A filha de dona Saulina acrescentou que a sua vida financeira não evolui, os negócios fracassam, e que nunca chamou a mãe de bruxa, tendo apenas procurado entender o que se passa.
Contou também que, recentemente, perdeu o marido e que o processo de indemnização referente à morte dele ainda não foi regularizado no Ministério da Defesa. Sempre que consegue um emprego, não consegue mantê-lo por muito tempo.
Texto: Elves Abel Mucachua
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