
Maputo, 4 de outubro — A data que outrora simbolizou o fim do conflito armado e o início de uma nova era de harmonia nacional, transformou-se, segundo várias vozes críticas, num lembrete doloroso das promessas não cumpridas de paz em Moçambique.
A Praça da Paz, na capital, criada como monumento à reconciliação, encontra-se hoje em estado de abandono, refletindo — de forma simbólica — o desgaste do próprio ideal de paz no país.
O descontentamento é notório entre movimentos políticos e civis. A integração nas Forças Armadas é vista como “meramente cosmética”, e as denúncias de fraudes eleitorais e impunidade judicial continuam a minar a confiança dos cidadãos nas instituições.
Segundo declarações do Partido ANAMOLA, herdeiro do movimento VM7, “a reconciliação tornou-se uma palavra vazia”, enquanto a tolerância política se afasta cada vez mais da realidade. “Pensar diferente do regime é tratado como crime, punido com morte ou exclusão social”, afirmam.
O Diálogo Inclusivo, outrora apontado como via para a construção de consensos, é agora recebido com cepticismo. O partido denuncia a sua exclusão do processo, sob o argumento de não ter representação parlamentar — o que consideram uma manobra para silenciar vozes dissidentes.
Mesmo assim, o ANAMOLA promete tornar públicas as suas propostas de reforma constitucional e eleitoral, defendendo transparência e justiça como pilares indispensáveis à verdadeira paz.
“Sem democracia não há paz. Sem segurança não há paz. Sem justiça não há paz. E sem paz não há desenvolvimento”, reiteram os dirigentes do partido.
O apelo final ressoa como um grito de patriotismo e esperança:
“Este país é nosso. Salve Moçambique!”