
Maputo, 3 de Outubro de 2025 — A consciencialização dos cidadãos foi apontada como a principal força capaz de combater as fraudes eleitorais em Moçambique, superando até mesmo a robustez das leis e das instituições.
A mensagem foi destacada durante o segundo Painel do Seminário sobre Democracia Eleitoral em Moçambique, realizado a 2 de Outubro, sob o tema “Contributo dos Partidos Políticos para Eleições Íntegras e Pacíficas”, promovido pelo IMD e organizações associadas.
Em representação do ANAMOLA, e por delegação do Engenheiro Venâncio Mondlane, o orador enfatizou que a transformação da pessoa comum em cidadão consciente é a chave para erradicar a corrupção eleitoral. “Não basta dizer às pessoas que Moçambique é um Estado democrático com eleições. É necessário despertar o entendimento de que o Estado, a Democracia e as Eleições não são conceitos decorativos, mas instrumentos que exigem responsabilidade e participação ativa”, afirmou.
Durante a sua intervenção, o representante ilustrou o impacto social da fraude através de uma narrativa simbólica: uma mulher que, na infância, caminhava descalça e faminta 10 quilómetros até à escola, e que, adulta, aceita subornos para manipular votos. “Quando alguém permite a fraude por necessidade momentânea, está, na verdade, a condenar o futuro dos seus filhos e netos a viverem o mesmo sofrimento”, alertou.
A mensagem final foi um apelo à consciência nacional: “O Estado somos nós. A Democracia é a ferramenta que nos permite decidir o nosso próprio destino. Dizer ‘Este país é nosso’ é assumir a responsabilidade de o proteger — e isso inclui rejeitar a fraude em todas as suas formas.