
Venâncio Mondlane critica falta de reconciliação e acusa uso de violência contra oposição, o líder interino do ANAMOLA, fez essas críticas está Quarta-feira, após participar na cerimónia de auscultação pública nacional e na diáspora, realizada no âmbito do diálogo nacional inclusivo, que Moçambique ainda está " longe" de alcançar uma verdadeira reconciliação.
Segundo Mondlane, não se pode falar de diálogo e reconciliação enquanto líderes políticos continuam a ser recebidos com gás lacrimogéneo e balas reais nos aeroportos. O dirigente sublinhou que esta situação “tem sido recorrente” e mostra a desigualdade no tratamento entre partidos políticos.
“Não podemos dizer que estamos totalmente reconciliados quando, logo após a sua aprovação, o presidente de um partido sempre que chega ao aeroporto é recebido com gás lacrimogéneo, balas verdadeiras.
Estamos a falar de diálogo e reconciliação, mas ainda temos mais de 5 mil moçambicanos detidos de forma ilegal. Temos pessoas que continuam a viver com balas no corpo sem qualquer garantia de assistência médica e medicamentosa”, disse.
Mondlane defendeu que o diálogo só terá sentido se produzir resultados concretos, capazes de trazer esperança às famílias que ainda choram devido à violência política no país.
“Não podemos falar de diálogo quando sabemos que o país está a sangrar e quando sabemos que as lágrimas continuam a escorrer na face de muitas famílias moçambicanas. O que queremos são actos concretos, actos condizentes com a reconciliação”, frisou.
O dirigente político também denunciou tratamento desigual das forças de segurança em eventos partidários. Para ele, há partidos que contam com proteção para celebrar de forma tranquila, enquanto outros são alvo de perseguições sempre que tentam mobilizar os seus membros.
As declarações de Venâncio Mondlane surgem num momento em que o país procura consolidar o diálogo nacional inclusivo, iniciativa que pretende ouvir diferentes sensibilidades políticas e sociais, dentro e fora de Moçambique, para fortalecer a paz e a reconciliação nacional.
FONTE: HORA DA VERDADE