
E aconteceu. Entre protestos abafados, os nove “não-alinhados” ao partido e a Ossufo Momade foram substituídos.
Chegaram cedo e ocuparam os lugares de sempre, mas já não tinham à frente as listas nominais com os seus nomes, um sinal claro de que o fim estava próximo. Na verdade estavam com menos brilho. Caras fechadas.
Não muito longe dali, num canto apertado, quase que entrincheirados, junto à porta, estão os novos membros, “alinhados” e prontos. Chegaram cedo. Penso que ligaram vários despertadores pelas casas. Isto de atrasar no primeiro dia das novas funções pode ser visto como sinal de incompetência.
Vejo ali fatos com aparência nova, aqueles que são insistentemente engomados com ferro a vapor, sapatos a brilhar, barbas limadas com precisão cirúrgica e próteses capilares que parecem ter acabado de sair do salão. O dia para deixar de ser suplente parece que chegou.
Das colunas, ouve-se a voz firme da presidente da Assembleia Municipal a anunciar a agenda do dia. Nada indica para a substituição dos nove.
O coração dos suspensos bate acelerado, afinal, começar setembro com boas notícias é sempre possível. Aliás, quantas vezes os treinadores de futebol não se arrependem antes da substituição? Tudo é possível. É preciso acreditar.
Tomo Cardoso Nhongo, não há muita dificuldade de fixar este nome, até porque o apelido nos é bastante familiar. Ele é primeiro vice-presidente da Assembleia Municipal. Foi eleito pela bancada da Frelimo. Nhongo, nas questões prévias, revela a pretensão da Renamo.
A presidente chama os substitutos para apresentarem-se. Eles avançam apressadamente sem hesitar. Os antigos protestaram, olhos húmidos, tentam comover os seus pares, mas as vozes são arremessadas para longe da sala.
Os “alinhados”, já estão ali, minto. Faltam as mulheres, lá estão, elas talvez por questões de segurança preferiram ser as últimas.
Substituição consumada. A RENAMO já tem nove membros novos na Assembleia Municipal da Matola.
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