Um caso insólito e dramático. Pedro, residente em Cabinda desde 1992, descobriu que a mulher com quem vive há mais de dez anos e com quem tem três filhos é, afinal, a sua irmã biológica.
Natural do Huambo, Pedro desapareceu da família quando tinha apenas dois anos, em pleno contexto da guerra civil. Levado por um casal para Cabinda, cresceu a acreditar que os seus pais biológicos tinham morrido no conflito armando. Do outro lado, a sua família de origem pensava exatamente o mesmo: que a criança não tinha sobrevivido.
Durante décadas, ninguém procurou ninguém. Os pais de sangue reconstruíram a vida e tiveram mais quatro filhos, entre eles Joana, que anos mais tarde se tornaria médica.
Em missão de serviço no hospital provincial de Cabinda, Joana conheceu Pedro. Da relação nasceu o amor. Começaram a namorar e, ainda antes de casarem, Joana engravidou da primeira filha. Sem nunca contar nada à família, o casal decidiu viver junto e, ao longo dos anos, nasceram mais dois filhos.
A distância entre Cabinda, Cunene (onde residiam os pais adoptivos de Pedro) e Luanda (onde viviam os pais de Joana) adiava, sucessivamente, a apresentação oficial do marido à família da esposa.
Só em 2025 se concretizou a tão aguardada apresentação. Em Luanda, no bairro Alvalade, Pedro relatou, de forma descontraída, a sua história de vida. Disse que nascera no Huambo, que perdera os pais biológicos durante a guerra e que fora criado por um casal a quem sempre considerou seus verdadeiros pais.
As palavras caíram como uma bomba. A semelhança física com o pai biológico ( na fisionomia e até na voz ) dissipou dúvidas. Joana, surpreendida, recordou que sempre ouvira comentários sobre as parecenças entre o marido e o pai, sem nunca imaginar que pudessem ser irmãos.
Em lágrimas, o pai biológico revelou a verdade:
- Pedro, tu és o meu primeiro filho. Nós somos os teus pais biológicos. A Joana é tua irmã. Esta relação termina aqui.
O ambiente tornou-se literalmente pesado. Enquanto uns choravam, outros ficaram em silêncio, incrédulos com a revelação. Houve ainda quem apelasse à calma para evitar decisões precipitadas.
Os pais adoptivos de Pedro confirmaram a versão e ofereceram-se para apoiar a reintegração familiar. No entanto, Pedro e Joana recusaram a separação. Alegam que vivem juntos há mais de dez (10) anos, amam-se e têm três filhos em comum.
Face à recusa, alguns familiares chegaram a ameaçar recorrer às tradições para impor a ruptura. Apesar disso, o casal regressou a Cabinda determinado em manter a união.
Hoje, os pais biológicos vivem angustiados. Choraram pelo reencontro com o filho desaparecido, mas enfrentam agora a dura realidade de ver dois irmãos a viver como marido e mulher.
O caso deixou a família mergulhada em dúvidas e sem respostas. Para Pedro e Joana, no entanto, não restam hesitações: separar-se está fora de questão.
Que conselho você daria ao casal e aos pais?
Se ler, leste seguir a página é que te custa!?
