Um grupo estimado em perto de 50 mil ex-militares ameaça sair às ruas caso o Executivo angolano não ponha fim ao impasse de 23 anos relativo ao processo de desmobilização.
Grande parte dos subscritores da contestação pertence às extintas FAPLA (braço armado do MPLA) e FALA (braço armado da UNITA). Em carta enviada ao jornal Na Mira do Crime, os ex-combatentes denunciam que nunca foram oficialmente desmobilizados nem integrados no Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), situação que, segundo afirmam, tem afetado gravemente as suas condições de vida.
Os veteranos relatam recorrer a múltiplos meios de sobrevivência e apelam à intervenção urgente do Presidente da República, João Lourenço, para evitar manifestações em Luanda.
Na missiva dirigida ao Chefe do Estado-Maior General das FAA, os ex-militares criticam o “tratamento desigual” dado a quem considera ter “lutado pela paz e pela independência”. O grupo exige reconhecimento e dignidade, salientando que está pronto para avançar com protestos caso não haja resposta do Executivo nos próximos dias.
“É inaceitável que, num país que celebra 50 anos de independência, os que estiveram sempre na linha da frente continuem esquecidos”, lê-se na carta.
O alerta deixa claro que a mobilização, caso avance, poderá envolver oficiais superiores e soldados, somando dezenas de milhares de participantes.
📖 Fonte: Na Mira do Crime
