
Uma jovem de 17 anos, que havia desaparecido no início deste mês no bairro Guava, província de Maputo, reapareceu, após o marido ter sido detido durante 15 dias e torturado pelos agentes da polícia, segundo conta em exclusivo, o marido.
O desaparecimento da menor levou o homem, identificado apenas como Abel, a procurar a TV Sucesso para pedir ajuda e relatar o sucedido. Pouco tempo depois, acabou detido pela PRM devido às circunstâncias suspeitas do caso.
Em declarações à TV Sucesso, o chefe de quarteirão explicou que, no sábado da semana do desaparecimento, Abel acompanhou a esposa para comprar alguns alimentos e foi nesse momento que a jovem desapareceu. Segundo acrescentou, o próprio Abel afirmou ter recebido uma chamada de um desconhecido a informar que a esposa tinha perdido a vida. Contudo, não conseguiu comprovar a origem do contacto, o que contribuiu para a sua detenção.
A amiga da jovem confirmou à TV Sucesso que, na noite de sábado, por volta das 20 horas, a desaparecida a procurou. Contou ainda que a adolescente costumava ausentar-se de casa, mas regressava sempre, situação que não aconteceu desta vez. O marido foi quem anunciou que ela teria morrido.
Após alguns dias, a jovem reapareceu e Abel foi libertado. Em exclusivo à TV Sucesso, o jovem contou que foi detido depois do desaparecimento da esposa e que, durante o período em que esteve preso, foi torturado pelos agentes da polícia. Segundo descreveu, foi agredido fisicamente e pressionado a confessar o alegado homicídio, tendo sido questionado sobre onde teria enterrado a esposa. "Não enterrei ninguém. Levei duas chapas, fui trancado nas celas e, numa sexta-feira, por volta das 22 horas, fui levado para o comando da PRM, em Marracuene, onde fiquei 13 dias me mandaram sair da cadeia sem assinar nenhum documento", relatou.
Abel afirmou ainda que, desde a sua libertação, passou a viver na casa dos pais e não pretende retomar a vida conjugal. "Já não quero saber nada da minha esposa. Vi-a antes de ontem, mas quero manter distância para não ter problemas", declarou.
O jovem exige justiça pela detenção que considera ilegal e injusta. "Quero justiça pelos dias que fiquei preso sem motivo. Fui acusado de matar, passei nas televisões, já sou visto como assassino pela população. Peço desculpa a todos aqui de Guava. Não sou assassino, nunca matei ninguém e nunca vou matar", concluiu.
Reportagem: Alcides Nuvunga
Imagem: António Bahule
Texto Redes Sociais: Elves Abel Mucachua
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