
O Executivo moçambicano, por via do Ministério dos Transportes e Logística, anunciou planos para a criação de uma Agência Nacional de Investigação de Acidentes. A informação foi tornada pública pelo ministro do sector, João Matlombe, que explicou que a futura instituição terá como responsabilidade apurar as causas de acidentes rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos, bem como sancionar os seus responsáveis.
“Interessa-nos ter uma entidade independente que possa trazer mais análises científicas sobre os problemas de sinistralidade no país e possa, também, apontar o dedo ao Governo caso haja situações, obviamente, que sejam imputadas ao mesmo”, disse o governante, em declarações citadas pela RFI.
Em paralelo, a Associação Moçambicana para as Vítimas da Insegurança Rodoviária (ANVIRO) manifesta preocupação com a situação das vítimas dos sinistros. O porta-voz da organização, Joel Manhiça, apelou ao Executivo para que seja criado um fundo de apoio específico.
“É muito comum, temos muitos casos nos nossos arquivos, das pessoas vítimas dos acidentes de viação em que os seus autores colocaram-se em fuga. É razão pela qual a solução é mesmo a existência de um fundo para fazer face a situações de sinistros rodoviários”, sublinhou.
Dados oficiais revelam que, entre Janeiro e Setembro de 2025, o país registou 400 acidentes de viação, dos quais resultaram 575 mortes. Os números representam um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2024.
Entretanto, na sequência do trágico acidente que, no último sábado (13), provocou 11 óbitos e deixou seis pessoas feridas a cerca de 29 quilómetros de Quelimane, o Ministério do Interior decidiu suspender os agentes de fiscalização de trânsito que se encontravam de serviço no Posto de Controlo de Tecani.