As manifestações e actos de vandalismo registados em vários distritos de Nampula no final de 2024 provocaram prejuízos avaliados em cerca de 12,4 milhões de dólares, equivalente a 800 milhões de meticais, segundo levantamento divulgado pelo Conselho de Serviços Provinciais.
O porta-voz do Conselho, Graciano Francisco, informou que o balanço dos estragos aponta para danos extensos em infra-estruturas públicas essenciais, incluindo edifícios das administrações distritais, serviços de registo e notariado, escolas, hospitais e centros de saúde. Em alguns casos, as unidades de saúde ficaram completamente inoperacionais, obrigando os pacientes a percorrer longas distâncias em busca de atendimento.
“Reconhecemos que a situação deixou muitos dos nossos administradores, chefes de postos e funcionários sem condições de trabalho, pois as suas casas e locais de serviço foram vandalizados. O desafio agora é repor a normalidade administrativa e social”, afirmou o governante, citado numa publicação do Jornal Rigor.
De acordo com Graciano Francisco, “foi uma perda enorme e um retrocesso significativo, porque muitas destas estruturas são fundamentais para o funcionamento do Estado e para o bem-estar da população”. O governante frisou que algumas actividades já foram parcialmente retomadas, com serviços mínimos assegurados, mas a recuperação total depende ainda da mobilização de mais recursos e do apoio de parceiros.
Para além dos danos causados pelos protestos, a província enfrentou intempéries severas no início deste ano, com ciclones e chuvas intensas que destruíram estradas, cortaram ligações rodoviárias e arruinaram colheitas. Centenas de famílias perderam os produtos que já estavam prontos para venda, vendo-se obrigadas a depender de apoio humanitário.
Um dos casos mais graves é a destruição da ponte sobre o rio Monapo, no distrito de Meconta, em Namialo, cuja reconstrução está orçada em mais de 500 milhões de meticais. “Só este ponto representa um custo elevado. Acrescentam-se outros troços e edifícios, tornando a factura muito pesada para a província”, explicou.
Para o segundo semestre, o executivo provincial compromete-se a acelerar a recuperação das infra-estruturas e a executar plenamente as metas do Plano Económico e Social 2025, de forma a compensar o atraso provocado por estes eventos.
Fonte MozNews