
O Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo), Jorge Ferrão, propõe a criação de escolas de infância em cada distrito de Moçambique, com o objectivo de moldar uma nova geração de estudantes competentes e bem preparados.
Segundo Ferrão, que falava nesta terça-feira (05), em Maputo, durante a Conferência Nacional sobre o Acesso aos Serviços Públicos, é fundamental assegurar assistência básica às crianças nos primeiros 100 dias de vida, como forma de prevenir comportamentos desviantes no futuro.
“Quando nós temos comportamentos incorrectos de muitos jovens das escolas, nós esquecemos que o fundamental nunca foi dado a estes meninos. E queremos que os resultados apareçam à posterior. Então, a minha proposta era que cada distrito se organizasse para fazer as pequenas escolas de infância”, disse, sublinhando que a preparação feita nestas instituições contribuirá para formar uma nova geração de estudantes com bases sólidas.
Para o académico citado pela AIM, esta iniciativa não requer financiamento, pois “as famílias têm vontade de ter um filho bem-educado”. “Bom, são ideias, e teremos sempre que pensar que é possível mudarmos a base estrutural sem precisar de correr atrás — nem de donativos, nem de doações, nem de subvenções e muito menos de orçamentos estabilizados”, defendeu.
Por sua vez, a directora nacional da World Vision Moçambique, Maria Carolina Silva, destacou que a falta de acesso à educação, sobretudo nas zonas rurais, constitui um dos maiores desafios que o País enfrenta.
“Há ainda deficiência nas infra-estruturas escolares, no acesso à água dentro das escolas, na permanência dos professores. Então, eu diria que a educação é um tema bastante prioritário”, concluiu.
Com a duração de três dias, a Conferência Nacional sobre o Acesso aos Serviços Públicos: Deveres e Direitos Humanos, é uma iniciativa da World Vision Moçambique, em parceria com organizações da sociedade civil, o Governo, organizações não-governamentais nacionais e internacionais, bem como instituições académicas.
O evento visa, entre outros objectivos, reflectir sobre a criação de um espaço anual de diálogo transparente e de avaliação multissectorial da prestação de serviços públicos no País, além de impulsionar investimentos em soluções locais e sustentáveis.
Fonte MozNews