Acompanhantes Militares Reintroduzidos em Cabo Delgado após Pressão de Empresas


O governador da província de Cabo Delgado, Tauabo, anunciou a reintrodução de acompanhantes militares no trecho mais perigoso da estrada da província. 

A decisão surge após um ultimato de empresários que ameaçaram paralisar as suas atividades devido aos crescentes ataques terroristas nas vias.

O anúncio foi feito durante uma reunião em Mueda, que contou com a presença do governo provincial, representantes das forças de defesa e segurança e empresas dos distritos do norte de Cabo Delgado. 

As empresas alertaram que a não melhoria da segurança nas estradas as obrigaria a suspender a sua utilização, ameaça que se concretizou na segunda-feira, 21 de julho, com a interrupção das operações por um período mínimo de sete dias.

Empresas Enfrentam Extorsão e Violência

A Confederação das Associações Económicas (CTA) de Mueda havia enviado uma carta ao Gabinete do Governador detalhando a grave situação. 

Os empresários relataram perdas significativas devido aos ataques frequentes na Estrada Nacional 380, especialmente entre a vila de Macomia e o cruzamento de Oaisse. 

Os terroristas têm bloqueado a estrada, sequestrado motoristas e passageiros, e exigido resgates para a sua libertação. 

Caso os resgates, que podem atingir 350.000 Meticais (cerca de 5.500 dólares americanos) por veículo, não sejam pagos, os veículos são incendiados e as vítimas executadas.

Resposta Governamental e Exigências dos Empresários

Na reunião, as empresas acusaram o governo de ignorar as suas preocupações. 

Perante esta pressão, o governador Tauabo anunciou que os acompanhantes militares seriam retomados na estrada Macomia-Oriasse a partir de quarta-feira, 23 de julho, e continuariam até que a situação de segurança fosse considerada normal. 

O anúncio foi recebido com aplausos, mas os empresários exigiram que as escoltas fossem "sérias e comprometidas", sublinhando a necessidade de proteção eficaz.


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