Vandalização da Rede Eléctrica e Roubo de Energia Atingem Proporções Alarmantes em Moçambique

A situação da rede eléctrica em Moçambique está a deteriorar-se rapidamente, com a vandalização e o roubo de energia a atingirem níveis alarmantes, ameaçando o fornecimento de electricidade e gerando prejuízos incalculáveis para o país. 


Um exemplo recente da gravidade da situação ocorreu no posto de fiscalização do Rio Save, na província de Inhambane, onde foram apreendidos 550 quilos de cabos eléctricos despedaçados e queimados, escondidos nas gavetas de um autocarro de transporte de passageiros que seguia da Beira para Maputo.


As autoridades suspeitam que o material confiscado tenha sido retirado ilegalmente da rede de transporte de energia, um crime que não só deixa populações inteiras sem electricidade, mas também representa uma séria ameaça à segurança pública e ao desenvolvimento económico do país. 


O Ministério Público já deu início a uma investigação para determinar a origem e o destino final dos cabos, cuja procedência ainda é desconhecida.


Pompilio Xavier, magistrado do Ministério Público, confirmou que os cabos apreendidos apresentam um padrão já conhecido pelas autoridades. 


"Foram despedaçados e queimados parcialmente, uma técnica utilizada para disfarçar o crime e dar a impressão de que o material foi descartado há muito tempo", explicou.


 Esta estratégia visa evitar suspeitas e facilitar a venda no mercado paralelo.


As investigações sugerem a existência de uma rede organizada de roubo e comercialização de cabos eléctricos da rede nacional, que pode envolver desde pequenos ladrões até grandes organizações criminosas com ramificações em várias províncias.

 As autoridades acreditam que os cabos são vendidos ilegalmente para empresas de reciclagem, que os fundem para reaproveitamento do cobre e outros metais valiosos.


Além do furto de cabos eléctricos, a Electricidade de Moçambique (EDM) enfrenta outro problema preocupante: o roubo de energia através de ligações clandestinas. 

Fenias Ndimande, director da EDM na província de Inhambane, revelou que essa prática se tornou comum, muitas vezes com a conivência de colaboradores da própria empresa. Um caso alarmante foi registado na cidade da Maxixe, onde uma empresa foi surpreendida a consumir electricidade ilegalmente através de oito pequenos sistemas de abastecimento de água. 

O proprietário da empresa está a responder na justiça, e as investigações revelaram que um colaborador da EDM também esteve envolvido na operação fraudulenta, tendo sido expulso da empresa e processado judicialmente.


Ndimande alertou sobre as enormes perdas financeiras que o roubo de energia provoca à EDM, comprometendo a capacidade da empresa de fornecer um serviço de qualidade. 

Essas ligações ilegais não só prejudicam a receita da empresa, mas também representam um risco de incêndios e descargas eléctricas que podem ser fatais.


 Muitas dessas instalações clandestinas são feitas sem qualquer critério de segurança, colocando em risco a vida das pessoas", enfatizou.


Face à escalada desses crimes, o Ministério Público, o director da EDM e outras entidades governamentais estão a reforçar estratégias para identificar e punir os responsáveis pelo roubo de cabos e pela fraude energética. 

Magistrados, juízes e agentes de investigação criminal têm recebido formação específica para melhorar as técnicas de detecção e repressão desses crimes, numa tentativa de conter uma prática que afecta tanto a economia quanto a qualidade de vida da população.


No entanto, o combate a esses crimes não pode depender apenas das autoridades. A colaboração dos cidadãos é essencial para travar o roubo de cabos e de electricidade. 


As autoridades afirmam que muitas infrações poderiam ser evitadas se a população denunciasse situações suspeitas, em vez de optar pelo silêncio.


O impacto dessas práticas criminosas vai muito além dos prejuízos financeiros. O fornecimento irregular de energia tem um efeito devastador sobre hospitais, escolas, indústrias e milhares de lares moçambicanos, comprometendo o desenvolvimento do país. 

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Fonte : O pais

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